quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Nós, Europeus (Polónia)



Breve História:
Bandeira da República da Polónia

O primeiro povo a sedentarizar-se na Polónia foram os eslavos, por volta do século X. A primeira dinastia polaca (dinastia Piast) estabeleceu em 966 uma monarquia medieval, tendo adotado a religião cristã. Nos anos que se seguiram houve uma crescente aproximação ao Grão-Ducado da Lituânia, o que veio a resultar na criação de um Estado dual, entre a Polónia e a Lituânia, gerido por uma única casa real, o que aconteceu em 1569.

Desde meados do século XVII, o grande estado dual Polaco-Lituano entrou em declínio. Durante o final do século XVIII, altura em que se tentavam implementar várias reformas internas, as potências vizinhas (Império Russo, Império Prussiano e a Áustria) invadiram o território e dividiram-no entre si, tendo a união Polaco-Lituano deixado de existir em 1795.
Desde então, até 1918 o Estado Polaco não existiu enquanto entidade independente. Durante este período, os polacos envolveram-se em períodos intermitentes de luta armada até 1864. A oportunidade para se tornar de novo um Estado soberano surgiu no final da I Guerra Mundial, altura em que os Impérios ocupantes foram derrotados pela guerra e pela revolução.
A Segunda República da Polónia foi criada em 1918 e vigorou até 1939, tendo sido destruída pelas potências beligerantes vizinhas no início da II Guerra Mundial - a Alemanha Nazi e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Milhões de polacos morreram durante esta guerra.

Após o final da guerra, o espaço geográfico da Polónia foi movido para Oeste, tendo-se tornado num estado satélite da comunista URSS, tendo sido imposto este regime político ao povo polaco.
Um movimento revolucionário denominado «Solidariedade» nasceu no início dos anos 1980 o que veio a contribuir para a transição democrática para uma economia capitalista e uma democracia parlamentar, que viria a ocorrer no biénio 1989-91.
A Polónia aderiu à União Europeia em 1 de maio de 2004, esperando-se a sua entrada na Zona Euro, embora ainda sem data marcada.

 Política:
  • Capital: Varsóvia;
  • República Democrática Parlamentar, Representativa e Constitucional;
  • O poder legislativo está a cargo do Governo e das duas câmaras do parlamento (assembleia + senado);
  • O Presidente é o máximo representante e chefe supremo das Forças Armadas, sendo o seu único poder executivo demitir o governo e dissolver o parlamento.

Personalidades:
  • Nicolau Copérnico (1473-1543): foi o primeiro a sugerir que a Terra não é o centro do Universo;
  • Marie Skłodowska-Curie (1867-1934): foi a 1ª e única laureada com prémios Nobel por duas ciências diferentes e a 1ª mulher a dar aulas na Universidade Sorbone;
  • Karol Józef Wojtyła (1920-2005): foi o Papa João Paulo II entre 1978 e 2005, um dos papados mais longos e carismáticos da história da Igreja católica.
Economia:
  • A Polónia foi o único país da União Europeia que não entrou em recessão em 2009;
  • O PIB per capita da Polónia era em 2011 64% da média da UE (que compara com os 77% de Portugal);
  • A economia polaca cresceu 36% entre 2005-2011, enquanto Portugal cresceu 1.4%;
  • As principais exportações são maquinaria e veículos de transporte;
  • O principal parceiro económico da Polónia é a Alemanha;
  • Embora não tenha marcas globais, a companhia aérea de bandeira polaca (LOT), detida pelo estado, é uma das grandes embaixadoras do país no exterior, com um total de 92 destinos.
 Geografia/Demografia:
  • Área: 312.679 km2 (3.4 vezes Portugal);
  • A maior parte da Polónia é constituída por planícies. 
  • A Polónia tem um clima temperado, com invernos frios, encobertos e moderadamente severos e verões suaves, com aguaceiros e trovoadas frequentes;
  • População: 38.5 Milhões (3.7 vezes Portugal). Densidade Populacional: 123 pax/km2 (1.1 vezes Portugal);
  • O gentílico da Polónia designa-se «polaco(a)».

 Curiosidades:
  • É o  segundo país da OCDE onde as pessoas trabalham mais horas;
  • Os polacos descascam as bananas ao contrário;
  • A Polónia é tão católica que existe um canal dedicado ao Papa.

A Polónia e Portugal:
Subsidiária do Grupo Jerónimo Martins
  • O grupo «Biedronka» (Joaninha, em português) de retalho, subsidiário da portuguesa «Jerónimo Martins» é a 4ª maior empresa na Polónia e a 7ª maior em toda a Europa de Leste;
  • O Millenium Bank é o subsidiário do Millenium BCP na Polónia e foi parcela do banco que mais lucros gerou em 2012;
  • A Polónia tem 17 prémios Nobel (incluindo 4 Nobel da Paz e 5 Nobel da Literatura), enquanto Portugal tem 2 no total;
  • Portugal é o país mais católico romano da Europa ocidental (+80% da população) e a Polónia é o país mais católico romano da Europa de Leste (+90% da população);
  • O Papa João Paulo II era profundo devoto da Nossa Senhora de Fátima, atribuindo-lhe a sobrevivência ao atentado que sofreu a 13 de maio de 1981 (no dia e hora da alegada aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos).

Na próxima semana: «Nós, Europeus (Luxemburgo)»

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Gala dos Hostels

Costuma ser verdade que quando Portugal faz algo, costuma fazê-lo bem. Este ano, como tem sido habitual em anos anteriores, Portugal voltou a fazer história na 8ª Gala Anual dos Melhores Hostels (The 8th Annual Hostelworld.com Hoscar Awards) a nível mundial. O primeiro lugar foi atribuído ao Hostel Travellers House em Lisboa.

A história podia ficar por aqui, mas não. Portugal conquistou também o segundo lugar (Rossio Hostel, Lisboa) e para não haver dúvidas conquistou também o terceiro lugar (Living Lounge Hostel, Lisboa). E para enterrar completamente qualquer dúvida, o Lisbon Lounge Hostel e o Lisboa Central Hostel ainda arrecadaram o sétimo e o décimo lugar respectivamente.

Boas notícias para o turismo português que continua em crescimento.

Dinis Lopes


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

As Redes


Um dos debates mais acesos nos dias de hoje são as privatizações. As opiniões divergem constantemente e o que todos nós conseguimos perceber é que, de um modo geral, a  oposição está contra as privatizações e o governo a favor, quaisquer que sejam os partidos até agora. Na maior parte das vezes, o que podemos assistir enquanto cidadãos é ao populismo fácil da parte da oposição e idiotice inconsequente da parte do governo.

Da parte da oposição, o mais importante a destacar é a notória falta de trabalho no assunto da privatização, apesar não fazer parte do governo. Convoca-se uma simples conferência de imprensa e afirma-se que estão contra porque os portugueses serão prejudicados. O povo ouve e aplaude pois «não podemos deixar que nos fiquem com uma coisa que é nossa, certo?». Não há reflexão, pura e simplesmente.

Da parte do governo existem os “interesses” inerentes à venda, oriundos do background dos partidos que constituem o governo, e a falta de visão e debate público sobre a privatização. A rapidez é inimiga da perfeição e consequências de inúmeras decisões precipitadas estão à vista de todos. Além disso, muitos destes negócios são usados como armas para tapar défices que não ficaram soterrados numa primeira previsão.

Ora, o que todos nós devemos invocar é o debate e a transparência nos negócios que envolvem empresas públicas. Não temos que estar numa posição de refutação de qualquer venda de empresa pública porque acredito que algumas até sejam vantajosas para o estado, se forem um negócio proveitoso para Portugal. Mas também não podemos vender todos os anéis dos dedos.

Do meu ponto de vista, Portugal jamais deve perder o controlo das redes, pois isso seria deixar o país a ser governado por entidades, em posições estratégicas, que não podem ser eleitas democraticamente pelos cidadãos dos países onde se encontram. As redes incluem todos os organismos que nos afectam directamente e são pilares para o regular funcionamento de um país. Neste grupo incluem-se as Águas, Electricidade, Redes Eléctricas, Transportes, entre outras. Nem será necessário enumerar mais razões para a sua não-venda. Infelizmente este passo já foi dado e não sei se alguma vez será revertido de forma pacífica.

Dinis Lopes

P.S.: Eu sou o Dinis Lopes e vou contribuir para o Blog Mar Português. Espero que se venha a tornar num espaço de discussão de ideias e grandes debates. Ideias e soluções são necessárias e eu acredito que em vez de nos perguntarmos “O que vou pedir à sociedade?” devemos pensar primeiro em “Como posso contribuir para a sociedade?”.

A Década Perdida!?

O Problema:
Quando em 2004 entraram 10 estados soberanos do leste da Europa para a União Europeia, Portugal  queixou-se que a mão-de-obra barata iria ter nefastos efeitos na nossa economia, quer pela nossa baixa competitividade, quer pela perda de fundos de coesão da União Europeia. Se o problema fosse só esse, não seria tão grave!
Houve dois outros problemas que não foram considerados – o primeiro, que advém do nosso apego ao Euro e tudo o que isso acarreta ao termos a mesma moeda que as economias mais ricas e mais competitivas desta Europa a várias velocidades. O segundo, quiçá mais grave, estrutural e moroso de corrigir é a baixa qualificação dos recursos humanos – Portugal era em 01/05/2004 o país dos então 25 com menor número de anos médio de escola da união, com 5,9 anos. O segundo pior, era Espanha, com uns distantes 7,3 anos. E sim, todos os países que entraram nesse ano estavam melhor
Além disto, há uma dramática falta de quadro técnicos intermédios no nosso país. Depois do 25 de abril destruiu-se o ensino técnico, fundado pelo saudoso Prof. José Hermano Saraiva durante o Estado Novo, por acharmos que íamos todos ser doutores e/ou por falta de maturidade democrática que nos permitisse ver que nem tudo estava mal durante a ditadura. De nada servem nem servirão quadros superiores se não houver quadros técnicos intermédios.

É verdade que no dia 25 de Abril de 1974 tínhamos 30% da população analfabeta e que progredimos muito desde então. Mas não chega.

Acresce a isto tudo uma população envelhecida, a menor taxa de natalidade da Europa e pior, a geração mais qualificada da sua história em fuga...

A Solução (ou parte dela):
A solução está em criar condições para que essas pessoas possam regressar e para que estrangeiros venham para Portugal, e não estou a pensar apenas em reformados vindos da Península Escandinava. Portugal precisa do espírito aventureiro e empreendedor dos seus emigrantes, especialmente daqueles que saíram nesta última década e são ainda jovens.
O que fazer? Por um lado, criar um programa de incentivo ao regresso de jovens emigrantes ao país - a esses e a todos aqueles que estão a considerar sair, claro! Por outro, criar um verdadeiro sistema de apoio à natalidade, começando por financiar infantários e cresces.


«Não há dinheiro», poderão responder alguns. Errado.


Renegoceiem-se as parcerias público-privadas altamente lesivas para o Estado e prendam todos os seus responsáveis por «Gestão Danosa»; baixem-se as rendas do setor energético; combata-se a evasão fiscal de forma acérrima (desde o pequeno comerciante até ao grande capital); negoceie-se com a UE/BCE para que se diminuam os rácios de capital dos bancos portugueses (taxa de reserva exigida aos bancos e que é uma percentagem do total dos seus depósitos) para libertar dinheiro para o financiamento da economia a taxas de juro razoáveis e concomitantemente exija-se que os bancos ajudados pelo Estado pratiquem taxas de juro aceitáveis em face do custo de financiamento que têm.


Esse dinheiro já seria suficiente para apoiar muita gente com muita qualidade a concretizar os seus sonhos em Portugal. E isto sim, teria um efeito multiplicador sobre a economia.
Há muito dinheiro. Temos é que saber direcioná-lo para aquilo que realmente interessa: pessoas, ideias, conhecimento e investimento reprodutivo.


É hora de deixar trabalhar quem sabe, pode e quer!

Despeço-me com amizade,

Faro da Covilhã

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Política


Hoje em dia a política tem má fama, diz-se que estraga bons momentos de confraternização. E quando, num jantar ou encontro de amigos, se inicia uma conversa com teor político, surgem logo comentários, “Lá vem a política de novo, pareces um velho casmurro sentado no banco do jardim…”.

Isso levou-me a pensar na origem da palavra “Política”. Derivado do grego antigo politeía, o termo refere-se às temáticas relacionadas com a vida da comunidade, da polis. Em última análise, a tudo o que pertence aos cidadãos. Ora, fazendo uso da lógica, e partindo da definição do conceito, chega-se à conclusão de que todo o cidadão digno desse nome é (ou deve ser) um político.

Esqueça-se a imagem que se tem actualmente do político e dos jogos políticos. Infelizmente, devido a uma sequência desastrosa de governantes nas últimas décadas, o significado de política sofreu uma pesada deturpação, causando um distanciamento de tudo o que se relaciona com o Estado e com a sua organização. Tal facto acaba por ter efeitos nefastos na vida das comunidades, pois um distanciamento dessas temáticas é, efectivamente, um afastamento em relação à comunidade. E uma comunidade sem laços socio-afectivos com os seus habitantes nunca conseguirá prosperar.

Assim é minha convicção que, para recuperar a universalidade política numa comunidade, é fundamental haver uma “limpeza” intelectual. E para tal é crucial o envolvimento da juventude incorrupta, idealista, consciente, e com espírito crítico. Deve ser a fonte de “água fresca” onde a sociedade mata a sua sede. Mas deve ser também uma fonte que transborda quando o temporal se abate. É um grupo de pressão social que, graças à sua energia e dinâmica intrínsecas, deve estar sempre vigilante, deve estar sempre “na crista da onda”.

Naturalmente, a juventude não é um grupo homogéneo. Há que respeitar a liberdade individual, as escolhas de cada um em viver de acordo com o que é melhor para si. Mas é precisamente fazendo uso dessa liberdade que vou continuar a promover o debate político entre os que me são próximos, pois considero um dever cívico acordar a juventude de que (ainda) faço parte. Ainda assim, se falar de política faz de mim um velho, então, sim, quero ser um velho.


Saudações,

The Rover

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nós, Europeus

Não obstante ouvirmos falar imenso da União Europeia nos media, sabemos, de um modo geral, muito pouco sobre os vários países que fazem parte - ou deveriam fazer - da nossa equipa.

A rubrica «Nós, Europeus», pretende dar a conhecer um pouco sobre cada um dos nossos parceiros europeus, tentando contribuir para um maior esclarecimento da opinião pública sobre as idiossincrasias de cada povo. Entender os contextos históricos e geográficos e as especificidades culturais de cada país é um passo de gigante para falarmos todos na mesma língua - afinal o lema da UE é "União na Diversidade". 

Todas as quintas-feiras, será publicado um artigo sobre cada estado-membro da UE onde o principal foco será uma breve resenha histórica de cada país, juntamente com dados relativos à demografia, geografia, economia, ciência e cultura.

Não percam já na próxima quinta-feira a apresentação de um dos países do nordeste europeu que nos é culturalmente mais próximo - Polónia.


Saudações,

Faro da Covilhã

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Apresentação

Caros leitores,

Porque um país sem juventude não tem futuro,
Porque a crise de valores é mais forte que a financeira e a económica,
Porque é preciso chamar os jovens à discussão dos grandes temas da nação,
Porque precisamos de criar consciência e opinião política,
Porque Portugal vale a pena,

criámos o blog «Mar Português», que pretende ser um ponto de encontro entre Portugueses, em Portugal e lá por fora, e um amplo fórum de discussão dos grandes temas da nação e do mundo.

Este blog é apolítico, areligioso, aclubístico e contra o racismo e a xenofobia. Contudo, a liberdade de expressão é total, desde que sejam respeitados os limites mínimos do decoro em geral e da educação e do respeito por todos em particular.

Estejam onde estiverem - porque ser Português não é só viver ou ter nascido em Portugal - é com muito entusiasmo que vos apresentamos este novo blog, no qual esperamos que participem ativamente.

Saudações,

Viva Portugal