quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ideias Subversivas: «Antes é que era bom!»

Feliz? Sim, porque não? Casa, comida, amigos... Dizia a minha mãe que no tempo dela o meu avô nunca os deixou passar fome. Mas não consigo perceber esse conceito... Fome? Em Portugal é difícil morrer à fome, assim como não comprar algo para vestir. Comprar é bom. Dizem-nos... Mas era possível andar nu? Antes era, agora não. Até me dão roupa se eu começar a andar nu na rua. Antes não. Tenho trocos, tenho de comprar algo novo. Dizem as novelas que o vida-vida não é ter casa, comida e filhos, mas sim ter empregada, sofá de pele e andar com roupas das boas! Já disse que temos de comprar? Sim, temos, senão a economia não anda para a frente. Mas antes também tínhamos? Antes também, mas era a comida... Já dizia a minha mãe. Mas eram felizes assim? Minha mãe diz que sim. Não percebo... Mas como pode alguém ser feliz se não pode mudar de roupa todos os anos? Diziam que nem os trapos eram velhos, agora são. As pessoas mais velhas dizem que antes é que eram felizes – «antes é que era bom!». Mas como “mediram” esta felicidade? Chamam-me ignorante. Mas não me explicam como antes é que era bom... E eu calo-me. Já disse que me avisaram para comprar mais para ficar satisfeito? As pessoas que compram ficam com ar aliviado. Mas antes as pessoas não tinham que comprar para serem felizes. A minha mãe também não consegue explicar. Dinheiro compra coisas, para comprar felicidade que antes não era comprada com a compra, que só dava para comprar a comida. Mas comida apenas trazia felicidade? Era feliz? Sim, porque não?

Dinis Lopes

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ideias Subversivas: Revolta contra a Revolta

Ao decidirem convocar uma manifestação (“Conselho do Povo”) às portas do Conselho de Estado, os responsáveis pelo movimento “Que se lixe a troika” tomaram uma atitude correcta. Contudo, ao decidirem que essa manifestação se iria basear em fazer barulho com apitos e panelas definiram uma sentença (já há muito atribuída) de que não passam de ruído. A infantilidade de tal acção terá as seguintes consequências perante as suas reivindicações(i.e., dissolução da Assembleia da República): nenhumas. Não é com apitos e panelas que se constrói uma sociedade e se resolvem problemas. É com ideias e soluções para os problemas actuais.

E agora atacam-me: “Mas não somos nós que temos de arranjar soluções!”. E eu respondo: “São sim, porque todos nós fazemos parte da sociedade, e se não confiamos nos políticos, porque não somos nós a propor soluções?”. Com mais de 28000 “likes” no facebook, não são capazes de fazer melhor? De organizar petições? Com uma manifestação estrondosa no 15 de Setembro, não conseguem mais nada? De organizar um conjunto de ideias credíveis e colocá-las num documento? De organizar um grupo de sumidades intelectuais que consigam exercer alguma influência? Por favor... É que assim não passam mesmo de um ruído.

Dinis Lopes

quarta-feira, 1 de maio de 2013

«Por Onde Vamos»

É o novo programa da SIC Notícias e teve ontem a primeira das quatro edições previstas, que irão para o ar semanalmente.

O programa de ontem foi dedicado ao tema da «Internacionalização», contando com convidados ilustres, empresários e gestores de exportadoras a multinacionais de sucesso.

Parabéns à SIC Notícias pela iniciativa. É tempo de por fim à lamuria e de nos limitarmos a ouvir políticos (a maioria dos quais só domina a retórica vazia de conteúdo) e os técnicos (maioritariamente economistas que sabem muito de números mas tão pouco sobre a realidade empresarial como a maioria dos políticos).

Oiçam pessoas de trabalho que arriscaram, sofreram, erraram (como todos erramos), mas sobretudo trabalharam, acreditaram e venceram (para quem não puder ver tudo, sugiro que comece no minuto 26): «Por Onde Vamos»