segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DEIXEM-NOS TRABALHAR

Venho por este meio manifestar o meu mais profundo desrespeito, leram bem, desrespeito por todos aqueles que fizeram greve no metropolitano de Lisboa na semana passada.

Não venham agora os sindicalistas mais acérrimos manifestar-se a favor da greve, eles que defendem tanto a liberdade e o sacrifício da parte pelo todo. Os trabalhadores do Metro da capital portuguesa foram - mais uma vez - egoístas e insensíveis, ou serão eles os únicos a sofrer pela crise?! E os enfermeiros, os professores, os médicos, os militares, os polícias, os juízes, os trabalhadores das empresas públicas e demais funcionários públicos não estão também a sofrer!? E os desempregados? Há naturalmente greves de outros setores, por exemplo, dos enfermeiros, mas deles não depende a economia como depende das empresas de transportes.
Querem reclamar, façam manifestações, façam uma greve de zelo e não recebam dinheiro pelos bilhetes (isso sim, preocuparia o ministro e não afetaria o povo), vão a casa do ministro da tutela manifestar-se, vão a casa do primeiro-ministro, mudem todos de emprego se puderem, mas como diria o prof. Cavaco Silva numa altura mais feliz da sua vida: «DEIXEM-NOS TRABALHAR».

A democracia consiste em cada um manifestar a sua opinião livremente, e, se os trabalhadores do metropolitano de Lisboa têm o direito a parar a cidade - o que vai muito para além de se manifestarem - também eu tenho o direito, afetando-os muito menos que o que eles mesmos afetaram todos os cidadão que se deslocaram na capital na passada quinta-feira - que desprezo todos os grevistas, independentemente de terem toda a razão do mundo. Afinal, em democracia, a minha liberdade termina onde começa a do meu vizinho e na semana passada, os trabalhadores do metro de Lisboa condicionaram - e muito - a liberdade dos cidadãos lisboetas.

Não sou pela proibição da greve, mas sou contra a sua banalização e não posso concordar que o setor dos transportes, crítico como é para a economia, bloqueie a sociedade desta forma. Com estas greves só se ajuda a direita que quer privatizar tudo a eito por imperativo ideológico, porque greves neste país, só mesmo no setor público. Porque será?



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ensino Superior

42.408 estudantes candidataram-se à 1ª fase de candidaturas ao Ensino Superior, tendo sido

colocados 37.778 estudantes (mais 363 do que em 2013). A maioria dos estudantes preferiu o ensino universitário face ao politécnico. As universidades disponibilizaram 28.367 vagas, tendo recebido 30.241 candidaturas, que ocuparam 87% das vagas, enquanto o ensino politécnico disponibilizou 22.453 vagas, tendo recebido 12.167 candidaturas (como 1ª opção) e tendo sido ocupadas apenas 58% das vagas.


As medicinas voltaram a ser os cursos com média de acesso mais elevada, com destaque para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (18.27 valores para 245 vagas) e para o Instituto Abel Salazar da Universidade do Porto (18.10 valores para 155 vagas). A fechar o pódio ficou, pela primeira vez Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (18.00 valores para 85 vagas).

Pela negativa tem que se destacar o curso de Engenharia Civil - dos 20 cursos que há no país (sendo que 11 não tiveram qualquer colocado), apenas dois ficaram com mais de 7 colocados, no Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa e na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), com 82 em 150 no caso do IST e 50 em 140 na FEUP, o que, se por um lado ilustra que os candidatos se preocupam crescentemente com a empregabilidade dos cursos, revela que há, neste particular, uma urgente necessidade de reforma por parte de universidades, politécnicos e Ministério da Educação a empreender.

A Universidade do Algarve registou o maior crescimento relativo a nível nacional, em termos de alunos aceites na 1ª fase de candidaturas ao Ensino Superior, com um acréscimo de 14%, face a um aumento médio a nível nacional de 1%.

Este é ainda o primeiro ano letivo depois da aprovação do estatuto do aluno internacional que visa criar condições para a atração de alunos estrangeiros. Um dos mercados-alvo é o Brasil onde há cerca de 6 milhões de candidatos ao Ensino Superior por ano para apenas 600 mil vagas.
Universidade de Coimbra e a Universidade da Beira Interior são já as primeiras a nível nacional a aceitar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) brasileiro (equivalente aos exames nacionais em Portugal) para efeitos de candidatura. Espera-se portanto que haja um reforço do aumento global já verificado com o concurso nacional.

Finalmente, ficou a saber-se que a Universidade de Lisboa (resultante da fusão da Clássica com a Técnica) encontra-se entre as posições 201 e 300 do ranking Xangai para as melhores universidades do mundo, e vem confirmar uma das virtudes esperadas com a fusão - maior visibilidade nos rankings. Entre as 500 melhores do mundo figuram ainda a Universidade do Porto, no grupo 301-400 e a Universidade de Coimbra, no grupo 401-500.