terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Geringonça Total - 1º Episódio

Ao prof. Cavaco Silva:
Já ninguém o consegue ouvir, sr. Presidente, nem os seus apoiantes/votantes, aos quais tenho a honra de não pertencer. Tenha a bondade de se remeter ao silêncio até dia 9 de março e fará um favor a Portugal.

Parabéns aos Deputados:
É bonito ter como 2ª figura do Estado, um sr. que um dia disse «estou-me cagando para o segredo de justiça». Parabéns a todos os deputados que nele votaram!

Novo governo deu à Costa:
Nas eleições, os vencedores (PSD+CDS) perderam votos e o grande perdedor (PS) ganhou votos. Depois de mais de um mês e meio de indefinição política, quem perde o governo, ganha, e quem ganha o governo, perde.

Sejamos sinceros, depois da estrondosa derrota de António Costa e do PS no dia 4 de outubro, qualquer alternativa à demissão da liderança socialista parecia notoriamente inverosímil.

A solução encontrada foi a única que António Costa vislumbrou para adiar o seu fim político. Do seu ponto de vista, e, porventura, de todo o seu núcleo duro, poderá até fazer sentido. No entanto, do meu ponto de vista, nada poderia ser pior para o PS. Nem falo do interesse do país, esse conceito difuso alheio à ação das "nossas" lideranças!

Suportando parlamentarmente o governo da coligação PSD+CDS, o PS poderia balancear de forma virtuosa e popular o programa destes dois partidos, enquanto estes continuariam a arcar com as consequências das medidas mais impopulares, além de que controlaria o momento exato para fazer cair o governo, aí sim, com certezas de uma vitória, porventura com maioria absoluta parlamentar.

Ao invés, com a solução encontrada, o PS fica com o ónus de ter derrubado a lista eleitoral da coligação, a mais votada no dia 4 de Outubro, agravando a imagem de traidor que Costa começou a criar quando derrubou Seguro. Além disso, o PS irá para o governo sozinho, e arcará com as responsabilidades a que PCP+Verdes e BE fugiram, eximindo-se assim ao desgaste governativo - note-se que as expectativas depositadas neste governo são elevadíssimas: salários e pensões serão repostos e aumentados, a economia acelerará, os impostos descerão, tal como o défice e a dívida! Acresce que o governo estará absolutamente à mercê de PCP e BE, e que, se a situação do país piorar significativamente, o PS não deverá voltar ao governo por largos anos e a coligação obterá uma maioria parlamentar absoluta, a qual poderá não merecer.

Não sou dos que acham que este governo é ilegítimo, mas considero que é seguramente uma solução de recurso. Não apoio os partidos que o suportam, mas desejo o maior sucesso ao XXI Governo Constitucional, a bem de Portugal e dos portugueses. Desmintam o meu cepticismo e ficarei muito feliz com isso. Se não for o caso, então que o PS estoure nas próximas eleições, como aconteceu em diversos partidos homólogos nos nossos congéneres europeus.


Portugal, agora e sempre

Defenestrem-se os Vasconcelos que por aí andam!
Viva Portugal livre e independente!

Saudações,

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

domingo, 18 de outubro de 2015

As privatizações em Portugal

Saudações a todos,

A bem da clarividência, da racionalidade e da honestidade intelectual aqui vos convido a escutar esta conferência sobre a economia e a finança nacional:

http://aventar.eu/2015/06/08/a-mariana-mortagua-tem/


Cumprientos,

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Brincar às Democracias

O triste espectáculo a que se vem assistindo desde o último dia 4 de outubro é qualquer coisa de assustador.

  • Assustador porque o Presidente da República recebe um líder partidário por semana: como é possível Cavaco Silva se ter colocado completamente à margem e não ter ouvido logo todos os partidos no dia seguinte ao escrutínio?;
  • Assustador porque quem ganhou as eleições pode não formar governo, o que, a confirmar-se constitui uma autêntica subversão dos resultados eleitorais;
  • Assustador porque o BE e a CDU se mostram repentinamente próximos do PS, o que indicia que não irão ser fiéis aos eleitores que em si votaram ou, alternativamente, porão em marcha um programa que 82% dos eleitores portugueses não sufragaram;
  • Assustador porque o PS quer que todos acreditem que está mais próximo do BE e CDU que do PSD e CDS, o que, a ser verdade, é contrário ao seu programa eleitoral, e a ser mentira, é isso mesmo, mentira;
  • Assustador porque não pode haver eleições antes do final da primavera;
  • Assustador porque os juros da dívida pública já começaram a subir, e não, não é com medo de um governo de esquerda, mas é pelo protelar desta situação indefinida.

Goste-se ou não, está absolutamente claro que quem decidirá o futuro do país será o líder do partido que teve a mais estrondosa derrota nas passadas eleições. Parece-me igualmente evidente que António Costa tem os seus dias contados, quer apoie a coligação, quer forme governo,  maioritário ou não, sem ter ganhado eleições. O seu fim está à vista, o desastre eleitoral do PS nas próximas eleições afigura-se como provável, mas aquilo que importa é o país, e esse, não deve estar sujeito a esta espera angustiante, estas negociações inconsequentes, estas reuniões à porta fechada, este diz que disse.

Que a democracia funcione e que tenhamos um governo a governar ainda este mês, seja ele qual for. Chega de circo, de manobras e de pretensas negociações ao ralenti.

Atenção ao Português - à, á ou há?

Vamos hoje falar de um dos erros tristemente mais comuns na língua portuguesa, que consiste na utilização errónea de "á" (acento agudo), "à" (acento grave) e "há".

"á":
Esta palavra não existe em língua portuguesa, mas é provavelmente a mais utilizada de todas as palavras que não existem.

"à":
Consiste na contração da preposição "a" com o artigo definido feminino singular "a". Utilizamos "à" quando usamos expressões que se referem ao lugar, exemplos:

  • Vou à padaria e volto já;
  • Todos os adeptos foram à Assembleia Geral do clube;

ou, quando se refere o complemento indireto ou um complemento nominal, exemplos:

  • Eu disse à professora a resposta certa;
  • Eu chegarei lá à hora marcada.


"":
Forma conjugada na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, exemplos:

  • Há caracóis;
  • Há mais de mil pessoas a manifestar-se;


, ou, quando se utilizam expressões referentes ao passado, como sinónimo de tem ou faz, exemplos:

  • Há vinte minutos que te espero;
  • Sou engenheiro há quinze anos.


Saudações lusófonas!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Atenção ao Português - interviu ou interveio?

Trago-vos hoje um dos erros mais comuns no português falado. Deve dizer-se:

«Ele interviu na discussão» OU «Ele interveio na discussão»?

Apesar de se ouvir com frequência «interviu», esta está errada. «Intervir» tem a sua origem no verbo «vir» e não no verbo «ver». Por esta razão, deve dizer-se «veio» e não «viu». De igual modo, «interveio» está correto e «interviu» errado.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Atenção ao Português - Particípios Passados Duplos

O verbo matar tem dois particípios passados. Um regular - matado - e outro irregular - morto.

O regular é utilizado com os auxiliares ter e haver, e.g.:
Pensei que tinha matado o animal.

O irregular é utilizado com os auxiliares ser e estar, e.g.:
O animal foi morto.

O mesmo se passa com várias outros verbos, e.g.:

Foi ótimo ter vagado um lugar. & Ainda bem que o lugar estava vago.
Tê-lo imprimido foi o melhor que fizemos & O documento foi impresso.
Depois de terem elegido o partido A, tudo ficou melhor. & O partido A foi eleito por maioria.
Haviam ganhado todos os troféus da época. & Todos os troféus da época foram ganhos por eles.

Mais exemplos: https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/verbos-com-participio-passado-duplo-ii/12951

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Atenção ao Português - «Ovelha ranhosa?»

Caros leitores, iniciamos hoje uma nova rubrica - Atenção ao Português - que será semanal e na qual chamarei a atenção para alguns erros comuns na utilização da língua de Camões.

Começaremos com a tão conhecida expressão «ovelha ranhosa». Deve dizer-se «ovelha ronhosa» e não «ovelha ranhosa», como muitas vezes de ouve. Ronhosa vem de ronha que é uma doença parecida com sarna que ataca algumas ovelhas. A expressão «ranhosa» é utilizada por confusão com a palavra «ranho».

sábado, 19 de setembro de 2015

Sim, vou votar na Coligação PSD/CDS

Não faz o meu género, mas, dadas as circunstâncias, vou, pela primeira vez, assumir uma preferência política concreta, justificando-a nas suas linhas gerais.

Na maior parte dos assuntos não sou de direita - especialmente quando toca a privatizar tudo aquilo que mexe - mas seguramente não sou de extrema-esquerda - confesso uma intolerância quase patológica relativamente a sindicatos irresponsáveis e inconsequentes. Olhando para o espectro partidário nacional, o PS parece ser, à primeira vista, aquele de que sou ideologicamente mais próximo. Contudo, é o partido do qual me sinto mais distante. Porquê? Numa palavra: confiança! Falta dela, mais exatamente.

É evidente e inegável que este governo cometeu muitos erros, mais que discutidos e reconhecidos - os casos Relvas, a demissão irrevogável de Portas e a má orgânica do governo - todos corrigidos a tempo de males maiores - a submissa política externa, a péssima comunicação, entre muitos outros, porventura não menos graves. Mas tendo cometido erros, há razões que me fazem ter a fortíssima convicção de que votar na coligação PSD/CDS é a melhor forma de proteger o futuro de Portugal no seu médio-longo prazo. Principais razões:

  • Primeiro governo de coligação a chegar ao fim de uma legislatura em Portugal, o que revela responsabilidade e espírito de compromisso;
  • Uma balança externa positiva, algo que não acontecia há 70 anos no nosso país. Este indicador é o principal e revela que nos tornámos um país sustentável a longo prazo;
  • Exportações a +40% PIB num período de estagnação dos nossos principais mercados externos. Com as economias a crescer e financiamento barato, tínhamos -30% PIB em exportações com o PS;
  • O fim das PPP (pelo menos não assinaram mais) e renegociaram algumas. Foi pouco poderão dizer, mas fizeram e os outros falaram;
  • O fim dos grandes investimentos públicos, sobretudo em estradas;
  • A economia estar a crescer, o investimento a aumentar, o emprego a crescer e o desemprego a retrair de forma constante há 2 anos - dados objetivos e indesmentíveis;
  • O Primeiro-ministro ter uma atitude sóbria e ponderada e ser verdadeiro na sua relação com os portugueses - a antítese do seu antecessor. 

Os mais críticos focam-se sobretudo na austeridade. Se austeridade significa gastarmos aquilo que temos, contam comigo. Não é por aí que o país não cresce. Reduzir o défice é reduzir a dívida, reduzir a dívida é reduzir os juros, reduzir os juros é aumentar a nossa margem para investir em Saúde, Educação e Segurança Social. O contrário é demagogia ou saída do euro (opção inteiramente respeitável).

Quanto ao PS, assinou o pacto orçamental da União Europeia, ao mesmo tempo que prometeu tudo e mais alguma coisa em termos de aumento de despesa e diminuição de receita. Se o cumprisse seria o desastre e seríamos a nova Grécia - com a agravante de termos um endividamento privado muito superior aos nossos congéneres gregos. Se não o cumprisse, seria um governo completamente descredibilizado.
Levaram-nos ao resgate, negociaram o memorando com a troika, para poucos meses depois rasgarem o acordo. Mais recentemente, assinaram o acordo de descida do IRC para dar estabilidade fiscal e previsibilidade às empresas junto com os partidos da maioria para meses depois o rasgarem.
Em suma, não há adesão à realidade nem previsibilidade. Chega de demagogia, chega de propostas vãs, chega de "Zorrinhos", de "Galambas" e "Ferros".  Só há uma forma de impedir que a corja do "Sócrates" regresse.

Está nas nossas mãos contribuir para uma revolução interna no PS que necessariamente se seguirá a uma derrota nestas legislativas, de tal modo que em 2019 corporize uma alternativa credível.





sexta-feira, 11 de setembro de 2015

«Não se discute Deus e a sua virtude, não se discute a Pátria e a Nação...»

No passado dia 9 de setembro, o país parou para assistir ao debate do ano entre os chamados candidatos a primeiro-ministro Pedro Passos Coelho (Coligação PSD/CDS) e António Costa (PS). Ao contrário do que se diz, os portugueses ainda querem saber de política.

Tenho contudo de manifestar a minha profunda tristeza pela pobreza do debate que foi transmitido em direto pelos três canais abertos. 50% foi a falar do passado, 25% foi a fazer acusações e os restantes 25% foi a fazer propostas vagas, difusas e redondas. É pouco, muito pouco. Os portugueses merecem mais, muito mais.

Como é possível...
  • não haver uma única palavra sobre política externa, nomeadamente sobre as ideias dos candidatos sobre a União Europeia, as regras comunitárias, a integração europeia, a cedência de soberania, a moeda única? Estes partidos não apenas não se interrogam sobre os ditames de Bruxelas como vendem a nossa soberania sem mandato para tal. Como é possível as questões europeias, que, como se viu nos últimos anos influenciam muito a vida dos portugueses, pura e simplesmente serem ignoradas? A censura já acabou.
  • não se discutir o combate à corrupção? É verdade que nunca foi uma prioridade sequer dos discursos destes partidos, mas não é pela Justiça ser independente do poder Legislativo e Executivo que esta questão deve ser ignorada. Sabemos que há imenso trabalho a fazer e gostaria de saber o que o futuro primeiro-ministro pensa fazer sobre o assunto.
  • não se discutir o combate à evasão fiscal? É correto reconhecer que muito se progrediu nesta legislatura neste domínio, mas o trabalho deve continuar, e importava saber se há alguma ideia sobre o assunto.
  • não se discutir uma efetiva revisão da lei eleitoral? É tempo de discutir este assunto e de contribuirmos para uma renovação da forma de fazer política. Todos os políticos que ouvi serem questionados sobre o assunto se mostraram a favor de os portugueses poderem votar em pessoas e não em cabeças de lista de forma a favorecer uma efetiva representação dos interesses populares e contribuir para uma real meritocracia. Contudo, ninguém tem a coragem de dar o primeiro passo, nem os pequenos partidos alvitram tal hipótese.


É hora de nos levantarmos e de acreditarmos, de nos juntarmos aos partidos e contribuirmos para que estes mudem por dentro ou de criar partidos novos - não necessariamente nos extremos - que permitam colocar estas questões na ordem do dia e aproximem os eleitos do povo.
Finalmente, permitam-me interpelar os leitores - votem, votem bem, votem mal, branco ou nulo - mas não deixem de votar e de acreditar.

domingo, 9 de agosto de 2015

sábado, 25 de julho de 2015

O Estado Social Europeu a Finança e a UE

O Estado Social perverte a Democracia:

Todos os responsáveis pelo desequilíbrio das contas públicas nos países onde esta chegou a valores absurdos deveriam ser severamente punidos por gestão danosa. Contudo, a legislação é fraca relativamente a este crime de lesa pátria. Importa dizer que o próprio povo não quer ouvir, porque não lhe interessa, pelo menos no curto-prazo. Lembram-se em 2009, quando a dra. Ferreira Leite alertava para o endividamento excessivo de Portugal? Diziam que a sra. estava obcecada com as finanças e já não tinha a cabeça no sítio. Anos antes era dr. Jorge Sampaio com a sua afirmação "há mais vida para além do défice". Se tivéssemos arrepiado caminho em 2004, ou mesmo em 2009, provavelmente tínhamos evitado o resgate, mas imperou a versão cor-de-rosa do curto prazo. O mesmo se tem passado na Grécia, onde a maioria quer o Euro e a UE, mas a maioria não quer austeridade.

É importante referir que sou um acérrimo defensor do Estado-Social, mas há aqui algo absolutamente chave, que é a sua sustentabilidade financeira. Uma das mais felizes frases de Paulo Portas nos últimos anos foi dita esta semana - «não há maior inimigo do Estado Social que o Estado falido».

A Finança destrói a Democracia:

Se por um lado os juros agiotas contribuíram para a tragédia a que se assiste, por outro lado, toda esta situação financeira, social e política põe as democracias em risco, e, oxalá me engane, o feitiço virar-se-á contra o feiticeiro. Contudo, se os juros não tivessem subido, qual seria atualmente o nível de dívida pública em países como a Grécia, Itália e Portugal?

A Democracia ou as Democracias?

Os gregos quiseram ilustrar de forma corajosa a força da sua democracia com um referendo há poucas semanas. Esqueceram-se de um detalhe: quem os financia são países que também têm democracias, que também têm eleitorados, que já lhes emprestaram larguíssimos milhares de milhões, e, que incluem:
  • países mais pobres que a Grécia (e.g. Estónia, Letónia, Lituânia, Eslováquia, Roménia, Bulgária, etc);
  • países em recuperação financeira e grandes dificuldades (e.g. Portugal, Irlanda, Espanha, Hungria, etc);
  • países mais ricos com pouca compreensão das idiossincrasias de um povo do Sul da Europa (e.g. Finlândia, Países Baixos, Áustria, Alemanha, etc)
Entre empréstimos e perdões, a Grécia recebeu cerca de 400 mil milhões de euros. Portugal teve um empréstimo de 78 mil milhões de euros. Nós cumprimos melhor o acordado internacionalmente e em troca hoje pagamos mais juros que eles (tal como a Irlanda). Culpa do nosso governo? Provavelmente também, mas não me venham pedir mais solidariedade para com a Grécia. Há demasiadas dificuldades no meu país para continuarmos a emprestar dinheiro a quem não sabemos se nos vai reembolsar e se o for, em que condições.

E Agora?

E que tal pararmos todos e pensarmos no que temos a perder com a destruição da união europeia?
Deixemo-nos de divisões pérfidas e inférteis, e deixemos as soluções de improviso ou de empurrar os problemas para a frente como foi feito com este último e néscio acordo com as autoridades da Grécia. Vamos dar as mãos e resolver esta situação grega de forma digna e aceitável para todos. Tirem-os do Euro, cortem-lhes a dívida, mas resolvam o problema de vez, mantendo a UE unida e coesa. Acabemos com a idiota ideia de Delors de que a UE é uma bicicleta e que portanto a integração europeia tem de avançar sobre pena de cair.


domingo, 5 de julho de 2015


Viva a Democracia!
Viva o Povo Grego!

Saudações!

P.S. - Quem ri por último e democraticamente é quem ri melhor

sábado, 4 de julho de 2015

De que se rirão estes dois!?


Será da sua incompetência?
Será da incompetência da UE?
Ou será da tragédia que espera o povo grego?

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Luto

Desde pequenino que me ensinaram que a nossa liberdade termina onde começa a dos nossos vizinhos. Esta é uma boa regra, que, infelizmente não está na Constituição da nossa República.

Falo da greve da TAP que tem efeitos para além-fronteiras, mas não esqueço a CP, o Metro de Lisboa, os Camionistas nem os Estivadores. Está na hora de dizer BASTA! Tudo na vida tem limites e nós portugueses não merecemos que os propalados interesses corporativos se sobreponham de forma sistemática aos interesses nacionais.

Como é possível que se façam 10 dias de greve numa empresa como a TAP e no atual contexto? Como é possível haver ainda quem alvitre ou sequer que cogite a possibilidade de haver um prolongamento da greve? Há limites, mesmo quando o SPAC paga os ordenados aos pilotos durante o período de greve, uma prática que desvirtua e desvaloriza a greve (à imagem do que ocorre na CP).

Este tipo de egocentrismo só tira legitimidade a estas lutas, desvaloriza a greve, e contribui para prejudicar a economia e a vida de cada um. Os pilotos perderam com esta greve toda a legitimidade de reivindicar seja o que for, por muita razão que tivessem à partida. É vergonhoso desvalorizar a empresa desta forma em vésperas da privatização.

Estou de LUTO pela greve de tão descredibilizada que está, mas LUTO contra o sindicalismo bacoco que corrói a nossa democracia e só serve mesmo para atrapalhar, porque resultados, nem vê-los. Aliás, não é por acaso que o sindicalismo está em forte queda.

É hora de dizer BASTA!

domingo, 12 de abril de 2015

Euro...pa!

Aconselho a todos o visionamento deste vídeo, longo, é certo, mas que põe a nu alguns aspetos que me parecem importantes percebermos, como a forma ilegítima, imoral e anti-democrática com que sucessivos governos têm vendido a nossa soberania nas últimas décadas.

Para quem não sabe, o Dr. Ferreira do Amaral defende a saída de Portugal do Euro. Podemos discordar ou não, mas lá que o senhor diz muitas verdades, lá isso diz:


Durante séculos os nossos antepassados lutaram e morreram para que tivéssemos este país que é nosso por direito. E os nossos últimos governantes têm, desde os anos 1990, vendido a nossa soberania de forma aterradora. E isto não se trata de sermos de esquerda ou de direita, é só abrir os olhos.

De que nos servirá um governo num país pequeno e periférico com uma economia pouco competitiva e extremamente aberta, sem autonomia de política monetária, com cada vez menos empresas públicas e cujas grandes políticas são definidas no estrangeiro? De que serve irmos votar? Os eleitos poderão ter as melhores intenções, mas no final das contas muito pouco poderão fazer.

É hora de abrirmos os olhos e pormos cobro a isto. Em breve teremos eleições. É uma excelente ocasião para que este debate se tenha e se discutam as seguintes questões:

  1. Porque é que entrámos para o Euro? Qual a legitimidade da decisão?
  2. Depois de 16 anos com moeda partilhada (a circular há 13), período em que tivemos o pior desempenho económico da democracia não é hora de discutirmos as vantagens e inconvenientes desta moeda?
  3. Quando é que os portugueses sufragaram a superintendência da Comissão ou Conselho Europeu relativamente ao Governo Português? 

Deixemos de acreditar na carochinha - a solidariedade europeia é um mito - e deixemo-nos de estereótipos: os alemães não são egoístas, maus, nem nazis, mas estão igualmente longe de representar a perfeição e os gregos não são uns inveterados preguiçosos e corruptos, mas têm muitas culpas no cartório. Finalmente, deixemo-nos de hipocrisias. Não é por defender a saída do Euro ou, simplesmente a questionar, que nos tornamos menos europeus ou anti europeus!

Discuta-se o conteúdo das coisas e não a forma. A sofreguidão com que os vários atores políticos têm feito "avançar" projeto Europeu está a matá-lo. Basta ver o crescendo de animosidades entre os povos, altamente indesejável e por demais perigoso.


domingo, 8 de março de 2015

Fait-divers mesquinhos e fedorentos...

Andamos a entreter a grei com o que não interessa não é, senhores políticos?

Primeiro foi o dr. Costa a dizer que não disse o que todos o ouvimos dizer. Agora foi o dr. Coelho a justificar o injustificável. Poderia discorrer sobre estes dois assuntos, mas prefiro refocar as objetivas naquilo que interessa - a política, entenda-se, o conteúdo da política!

O que gostaria muito de saber é como é que o dr. Coelho pretende corrigir aquilo que está a correr mal num segundo mandato, porque, muito embora os vários sinais positivos que estão à vista de todos, há muitos aspetos em que as coisas não estão a correr bem. A diminuição da dívida em percentagem do PIB e em valor nominal - que prometem para este ano - está a tardar, o investimento tarda em descolar, não obstante as taxas de juro historicamente baixas e as trapalhadas políticas repetem-se, cá dentro e lá fora, veja-se as trapalhadas na Educação e na Justiça, os problemas na Saúde ou triste conflito com a Grécia. O governo continua a ser a melhor oposição a si mesmo.

Ao dr. Costa, que até agora, apenas mostrou ser uma nulidade mais carismática que o infausto dr. Seguro, pede-se mais, muito mais. Não promessas vãs, mas compromissos concretos. Procure quantificar cada aumento de despesa que propõe e apresentar alternativas para aumento da receita ou diminuição da despesa. Os portugueses estão mais espertos e despertos e não estão tão fáceis de enganar como já foram!

O momento ainda não chegou em Portugal. Não temos Syriza, Podemos, nem equivalente. O povo, descrente, opta por votar cada vez menos. Mais cedo que tarde aparecerá uma alternativa carismática que todos considerarão por oposição ao cartel PSD-PS. Não saberão ao que vão mas fartos dos vícios dos atuais «donos de Portugal», votarão pela mudança. Assim surgiram grandes ditaduras do passado, é só revisitar a história. Vamos acordar antes que seja tarde, sim? Um primeiro passo seria os jornalistas e os políticos focarem-se nas grandes questões nacionais, como a UE, a dívida, o crescimento económico e a reforma do Estado. Os portugueses agradeciam.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Eu não sou Charlie!


Começo por dizer que os vários atos terroristas que ocorreram em França na passada semana foram algo de completamente inaceitável, intolerável, injustificável, imperdoável e bárbaro. Lamento profundamente todos os mortos, feridos e o sofrimento que sobreviventes, familiares e amigos levarão consigo para o resto das suas vidas. Devo ainda dizer que gostei muito de assistir à marcha de ontem nas ruas de Paris.

A propósito deste acontecimento, gostaria de vos deixar um par de reflexões:

Ontem a França uniu-se, a Europa uniu-se, o civilização ocidental uniu-se e as democracias uniram-se em torno desse grito silencioso de veemente condenação ao terrorismo, e de afirmação da união em torno dos valores da democracia e da liberdade de expressão. Afinal o ser humano é assim mesmo, une-se mais facilmente nas adversidades. Infelizmente, é mais fácil ter-se um inimigo comum que um amigo comum, mas vale sobretudo a pena pensar que, se por um lado a paz e a democracia não são dados adquiridos e temos que lutar por eles todos os dias, por outro,  é provavelmente ser muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa dos nossos concidadãos, ao contrário daquilo que possamos pensar quando nos deixamos levar pela chicana política do dia-a-dia.

Por outro lado, gostaria de dizer que «eu não sou Charlie». O pretenso jornalismo de Charlie Hedbo é para mim reprovável, e não é por muitos dos seus autores terem sido barbaramente assassinados que se deve deixar passar o assunto em claro. Como disse, e bem, Gustavo Santos nas redes sociais: «Opinar sim, questionar também, agora gozar sistematicamente com convicções alheias é que me parece despropositado». A liberdade tem limites, como a infâmia ou a calúnia. O desrespeito por símbolos associados a grande afetividade, como são os religiosos, é um terreno pantanoso e perigoso, especialmente quando são símbolos de outros. Com frequência, esses outros, não pensam como nós, e portanto devemos respeitar os seus credos. É hora de começarmos a aprender alguma coisa com estes acontecimentos e perceber que nós - ocidentais - talvez também tenhamos o nosso quinhão de responsabilidade.

Saudações e feliz 2015 para todos os leitores!