domingo, 8 de março de 2015

Fait-divers mesquinhos e fedorentos...

Andamos a entreter a grei com o que não interessa não é, senhores políticos?

Primeiro foi o dr. Costa a dizer que não disse o que todos o ouvimos dizer. Agora foi o dr. Coelho a justificar o injustificável. Poderia discorrer sobre estes dois assuntos, mas prefiro refocar as objetivas naquilo que interessa - a política, entenda-se, o conteúdo da política!

O que gostaria muito de saber é como é que o dr. Coelho pretende corrigir aquilo que está a correr mal num segundo mandato, porque, muito embora os vários sinais positivos que estão à vista de todos, há muitos aspetos em que as coisas não estão a correr bem. A diminuição da dívida em percentagem do PIB e em valor nominal - que prometem para este ano - está a tardar, o investimento tarda em descolar, não obstante as taxas de juro historicamente baixas e as trapalhadas políticas repetem-se, cá dentro e lá fora, veja-se as trapalhadas na Educação e na Justiça, os problemas na Saúde ou triste conflito com a Grécia. O governo continua a ser a melhor oposição a si mesmo.

Ao dr. Costa, que até agora, apenas mostrou ser uma nulidade mais carismática que o infausto dr. Seguro, pede-se mais, muito mais. Não promessas vãs, mas compromissos concretos. Procure quantificar cada aumento de despesa que propõe e apresentar alternativas para aumento da receita ou diminuição da despesa. Os portugueses estão mais espertos e despertos e não estão tão fáceis de enganar como já foram!

O momento ainda não chegou em Portugal. Não temos Syriza, Podemos, nem equivalente. O povo, descrente, opta por votar cada vez menos. Mais cedo que tarde aparecerá uma alternativa carismática que todos considerarão por oposição ao cartel PSD-PS. Não saberão ao que vão mas fartos dos vícios dos atuais «donos de Portugal», votarão pela mudança. Assim surgiram grandes ditaduras do passado, é só revisitar a história. Vamos acordar antes que seja tarde, sim? Um primeiro passo seria os jornalistas e os políticos focarem-se nas grandes questões nacionais, como a UE, a dívida, o crescimento económico e a reforma do Estado. Os portugueses agradeciam.