sábado, 25 de julho de 2015

O Estado Social Europeu a Finança e a UE

O Estado Social perverte a Democracia:

Todos os responsáveis pelo desequilíbrio das contas públicas nos países onde esta chegou a valores absurdos deveriam ser severamente punidos por gestão danosa. Contudo, a legislação é fraca relativamente a este crime de lesa pátria. Importa dizer que o próprio povo não quer ouvir, porque não lhe interessa, pelo menos no curto-prazo. Lembram-se em 2009, quando a dra. Ferreira Leite alertava para o endividamento excessivo de Portugal? Diziam que a sra. estava obcecada com as finanças e já não tinha a cabeça no sítio. Anos antes era dr. Jorge Sampaio com a sua afirmação "há mais vida para além do défice". Se tivéssemos arrepiado caminho em 2004, ou mesmo em 2009, provavelmente tínhamos evitado o resgate, mas imperou a versão cor-de-rosa do curto prazo. O mesmo se tem passado na Grécia, onde a maioria quer o Euro e a UE, mas a maioria não quer austeridade.

É importante referir que sou um acérrimo defensor do Estado-Social, mas há aqui algo absolutamente chave, que é a sua sustentabilidade financeira. Uma das mais felizes frases de Paulo Portas nos últimos anos foi dita esta semana - «não há maior inimigo do Estado Social que o Estado falido».

A Finança destrói a Democracia:

Se por um lado os juros agiotas contribuíram para a tragédia a que se assiste, por outro lado, toda esta situação financeira, social e política põe as democracias em risco, e, oxalá me engane, o feitiço virar-se-á contra o feiticeiro. Contudo, se os juros não tivessem subido, qual seria atualmente o nível de dívida pública em países como a Grécia, Itália e Portugal?

A Democracia ou as Democracias?

Os gregos quiseram ilustrar de forma corajosa a força da sua democracia com um referendo há poucas semanas. Esqueceram-se de um detalhe: quem os financia são países que também têm democracias, que também têm eleitorados, que já lhes emprestaram larguíssimos milhares de milhões, e, que incluem:
  • países mais pobres que a Grécia (e.g. Estónia, Letónia, Lituânia, Eslováquia, Roménia, Bulgária, etc);
  • países em recuperação financeira e grandes dificuldades (e.g. Portugal, Irlanda, Espanha, Hungria, etc);
  • países mais ricos com pouca compreensão das idiossincrasias de um povo do Sul da Europa (e.g. Finlândia, Países Baixos, Áustria, Alemanha, etc)
Entre empréstimos e perdões, a Grécia recebeu cerca de 400 mil milhões de euros. Portugal teve um empréstimo de 78 mil milhões de euros. Nós cumprimos melhor o acordado internacionalmente e em troca hoje pagamos mais juros que eles (tal como a Irlanda). Culpa do nosso governo? Provavelmente também, mas não me venham pedir mais solidariedade para com a Grécia. Há demasiadas dificuldades no meu país para continuarmos a emprestar dinheiro a quem não sabemos se nos vai reembolsar e se o for, em que condições.

E Agora?

E que tal pararmos todos e pensarmos no que temos a perder com a destruição da união europeia?
Deixemo-nos de divisões pérfidas e inférteis, e deixemos as soluções de improviso ou de empurrar os problemas para a frente como foi feito com este último e néscio acordo com as autoridades da Grécia. Vamos dar as mãos e resolver esta situação grega de forma digna e aceitável para todos. Tirem-os do Euro, cortem-lhes a dívida, mas resolvam o problema de vez, mantendo a UE unida e coesa. Acabemos com a idiota ideia de Delors de que a UE é uma bicicleta e que portanto a integração europeia tem de avançar sobre pena de cair.


domingo, 5 de julho de 2015


Viva a Democracia!
Viva o Povo Grego!

Saudações!

P.S. - Quem ri por último e democraticamente é quem ri melhor

sábado, 4 de julho de 2015

De que se rirão estes dois!?


Será da sua incompetência?
Será da incompetência da UE?
Ou será da tragédia que espera o povo grego?