Para quem não sabe, o Dr. Ferreira do Amaral defende a saída de Portugal do Euro. Podemos discordar ou não, mas lá que o senhor diz muitas verdades, lá isso diz:
Durante séculos os nossos antepassados lutaram e morreram para que tivéssemos este país que é nosso por direito. E os nossos últimos governantes têm, desde os anos 1990, vendido a nossa soberania de forma aterradora. E isto não se trata de sermos de esquerda ou de direita, é só abrir os olhos.
De que nos servirá um governo num país pequeno e periférico com uma economia pouco competitiva e extremamente aberta, sem autonomia de política monetária, com cada vez menos empresas públicas e cujas grandes políticas são definidas no estrangeiro? De que serve irmos votar? Os eleitos poderão ter as melhores intenções, mas no final das contas muito pouco poderão fazer.
É hora de abrirmos os olhos e pormos cobro a isto. Em breve teremos eleições. É uma excelente ocasião para que este debate se tenha e se discutam as seguintes questões:
- Porque é que entrámos para o Euro? Qual a legitimidade da decisão?
- Depois de 16 anos com moeda partilhada (a circular há 13), período em que tivemos o pior desempenho económico da democracia não é hora de discutirmos as vantagens e inconvenientes desta moeda?
- Quando é que os portugueses sufragaram a superintendência da Comissão ou Conselho Europeu relativamente ao Governo Português?
Deixemos de acreditar na carochinha - a solidariedade europeia é um mito - e deixemo-nos de estereótipos: os alemães não são egoístas, maus, nem nazis, mas estão igualmente longe de representar a perfeição e os gregos não são uns inveterados preguiçosos e corruptos, mas têm muitas culpas no cartório. Finalmente, deixemo-nos de hipocrisias. Não é por defender a saída do Euro ou, simplesmente a questionar, que nos tornamos menos europeus ou anti europeus!
Discuta-se o conteúdo das coisas e não a forma. A sofreguidão com que os vários atores políticos têm feito "avançar" projeto Europeu está a matá-lo. Basta ver o crescendo de animosidades entre os povos, altamente indesejável e por demais perigoso.