quinta-feira, 26 de maio de 2016

Alice

No país das maravilhas:

  • os impostos diminuem e a colecta fiscal aumenta;
  • os rendimentos são repostos e o deficit orçamental diminui;
  • os horários dos funcionários públicos diminuem para 35h e a despesa não aumenta;
  • são repostos quatro feriados sem qualquer impacto orçamental ou na produção nacional;
  • aumenta-se a incerteza substituindo-se impostos diretos por impostos indiretos e não há excessivos riscos orçamentais;
  • aumentam-se as importações e as exportações diminuem, mas a balança comercial não é algo importante;
  • a economia arrefece e o país cresce mais;
  • o otimismo no discurso devolve confiança à economia;
  • o governo satisfaz a extrema-esquerda, mantendo-se alinhado com os compromissos Europeus e ainda pretende acordos de regime com o centro-direita parlamentar;
  • reverte-se a privatização da TAP sem a reverter, e a confusão é tão grande que já ninguém sabe se a empresa é pública ou privada;
  • os partidos que suportam parlamentarmente o governo recusam-se a tomar qualquer medida impopular, numa atitute patriótica e responsável que nos tornará todos mais felizes;
  • o investimento privado retrai-se, mas a economia vai crescer mais;
  • destroem-se mais postos de trabalho do que aqueles que são criados, mas o desemprego diminuirá;
  • rasga-se o acordo entre PS e PSD+CDS sobre o IRC que pretendia conferir previsibilidade a investidores privados e não há problema;
  • confia-se que as crises de Angola, Brasil e Venezuela e o arrefecimento de muitas outras economias não o afetará a economia, porque o consumo interno resolverá o problema.

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