“Mau tempo no canal”

A Bélgica, onde estou a viver, nunca foi conhecida por ter um clima agradável, mas a madrugada passada, Bruxelas e toda a região norte da Bélgica foram testemunhas de uma tempestade de trovoada e granizo particularmente intensa que durou por algumas horas.

Coincidência ou não, um pouco mais para noroeste eram contados os votos do referendo britânico à permanência na União Europeia. Certo é que ao amanhecer, já era claro que a maioria tinha optado pela saída da UE.

Já se sabia que a natureza era poética, agora sabemos que também consegue ser irónica.

Esta decisão é o consumar da “tempestade política perfeita” que se juntou em Bruxelas – dívida, refugiados, crescimento económico decepcionante, terrorismo, crise demográfica e agora desintegração – as nuvens não param de se avolumar e adensar, para desespero da burocracia da União.

Quando ameaçadas as pessoas tendem a agir consoante os seus instintos de sobrevivência e a razão rapidamente dá lugar ao salve-se quem puder. É nesta altura que surgem as tábuas de salvação - as bóias, os botes e todo o tipo de destroço que consiga flutuar. Perante o perigo escolhemos tudo aquilo que nos dê uma aparência de segurança e estabilidade. Será por isso interessante ver como os líderes europeus irão reagir sob tamanha pressão.

A tábua de salvação não nos deve ser indiferente, porque depois da tempestade vem sempre a bonança – resta saber se será a bonança do tipo certo.

Do outro lado do Atlântico

Caras e caros,

Vindo do outro lado do Atlântico, aqui fica um recado que se reveste de uma verdade universal.

https://www.youtube.com/watch?v=AxuwazaXOMg


Saudações,
The Rover