terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

As Redes


Um dos debates mais acesos nos dias de hoje são as privatizações. As opiniões divergem constantemente e o que todos nós conseguimos perceber é que, de um modo geral, a  oposição está contra as privatizações e o governo a favor, quaisquer que sejam os partidos até agora. Na maior parte das vezes, o que podemos assistir enquanto cidadãos é ao populismo fácil da parte da oposição e idiotice inconsequente da parte do governo.

Da parte da oposição, o mais importante a destacar é a notória falta de trabalho no assunto da privatização, apesar não fazer parte do governo. Convoca-se uma simples conferência de imprensa e afirma-se que estão contra porque os portugueses serão prejudicados. O povo ouve e aplaude pois «não podemos deixar que nos fiquem com uma coisa que é nossa, certo?». Não há reflexão, pura e simplesmente.

Da parte do governo existem os “interesses” inerentes à venda, oriundos do background dos partidos que constituem o governo, e a falta de visão e debate público sobre a privatização. A rapidez é inimiga da perfeição e consequências de inúmeras decisões precipitadas estão à vista de todos. Além disso, muitos destes negócios são usados como armas para tapar défices que não ficaram soterrados numa primeira previsão.

Ora, o que todos nós devemos invocar é o debate e a transparência nos negócios que envolvem empresas públicas. Não temos que estar numa posição de refutação de qualquer venda de empresa pública porque acredito que algumas até sejam vantajosas para o estado, se forem um negócio proveitoso para Portugal. Mas também não podemos vender todos os anéis dos dedos.

Do meu ponto de vista, Portugal jamais deve perder o controlo das redes, pois isso seria deixar o país a ser governado por entidades, em posições estratégicas, que não podem ser eleitas democraticamente pelos cidadãos dos países onde se encontram. As redes incluem todos os organismos que nos afectam directamente e são pilares para o regular funcionamento de um país. Neste grupo incluem-se as Águas, Electricidade, Redes Eléctricas, Transportes, entre outras. Nem será necessário enumerar mais razões para a sua não-venda. Infelizmente este passo já foi dado e não sei se alguma vez será revertido de forma pacífica.

Dinis Lopes

P.S.: Eu sou o Dinis Lopes e vou contribuir para o Blog Mar Português. Espero que se venha a tornar num espaço de discussão de ideias e grandes debates. Ideias e soluções são necessárias e eu acredito que em vez de nos perguntarmos “O que vou pedir à sociedade?” devemos pensar primeiro em “Como posso contribuir para a sociedade?”.

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