Um dos debates mais acesos nos
dias de hoje são as privatizações.
As opiniões divergem constantemente e o que todos nós conseguimos perceber
é que, de um modo geral, a oposição está
contra as privatizações e o governo a favor, quaisquer que sejam os partidos
até agora. Na maior parte das vezes, o que podemos assistir enquanto cidadãos é
ao populismo fácil da parte da oposição e idiotice inconsequente da parte do
governo.
Da parte da oposição, o mais importante a destacar é a notória falta de
trabalho no assunto da privatização, apesar não fazer parte do governo.
Convoca-se uma simples conferência de imprensa e afirma-se que estão contra
porque os portugueses serão prejudicados. O povo ouve e aplaude pois «não
podemos deixar que nos fiquem com uma coisa que é nossa, certo?». Não há
reflexão, pura e simplesmente.
Da parte do governo existem os “interesses” inerentes à venda, oriundos do background dos partidos que constituem o
governo, e a falta de visão e debate público sobre a privatização. A rapidez é
inimiga da perfeição e consequências de inúmeras decisões precipitadas estão à
vista de todos. Além disso, muitos destes negócios são usados como armas para
tapar défices que não ficaram soterrados numa primeira previsão.
Ora, o que todos nós devemos
invocar é o debate e a transparência
nos negócios que envolvem empresas públicas. Não temos que estar numa posição
de refutação de qualquer venda de empresa pública porque acredito que algumas
até sejam vantajosas para o estado, se forem um negócio proveitoso para
Portugal. Mas também não podemos vender todos os anéis dos dedos.
Do meu ponto de vista, Portugal
jamais deve perder o controlo das redes,
pois isso seria deixar o país a ser governado por entidades, em posições
estratégicas, que não podem ser eleitas democraticamente pelos cidadãos dos
países onde se encontram. As redes incluem todos os organismos que nos afectam
directamente e são pilares para o regular funcionamento de um país. Neste grupo
incluem-se as Águas, Electricidade, Redes Eléctricas, Transportes, entre
outras. Nem será necessário enumerar mais razões para a sua não-venda. Infelizmente
este passo já foi dado e não sei se alguma vez será revertido de forma pacífica.
Dinis Lopes
P.S.: Eu sou o Dinis Lopes e vou
contribuir para o Blog Mar Português. Espero que se venha a tornar num espaço de discussão
de ideias e grandes debates. Ideias e soluções são necessárias e eu acredito
que em vez de nos perguntarmos “O que vou pedir à sociedade?” devemos pensar
primeiro em “Como posso contribuir para a sociedade?”.
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