quarta-feira, 13 de março de 2013

Ideias Subversivas: Perguntas Desviadas

Muitas das vezes durante o dia-a-dia, perguntas que partem do meu próprio interior deixam-me sem resposta. Tudo advém do que o eu leio, vejo, com quem falo, etc. Hoje vou dar um exemplo de três perguntas que me surgiram durante a última semana. São muito simples e qualquer responsável político deveria ser capaz de responder.
  • “Como é possível as empresas portuguesas competirem com, por exemplo, as empresas alemãs se as portuguesas se financiam a 8-9% e as alemãs se financiam a 2-3%?” Estando nós numa “união” europeia em que os nossos supostos “parceiros” nos estão a ajudar, como é possível que a ajuda ao motor do nosso país seja precisamente dificultar o investimento e financiamento? Não será difícil concluir que “união” é algo ilusório neste contexto. Numa união teríamos um verdadeiro apoio, no qual o mínimo que se podia pedir eram condições semelhantes aos dos nossos colegas europeus.
  • “Sendo que a taxa de natalidade no ano de 2011 foi 1,36 (o necessário para renovação geracional é de 2,10), uma das piores do mundo, como vai ser assegurada a sustentabilidade de Portugal nas próximas décadas?” Das poucas reformas que conseguiram singrar nos últimos tempos, a reforma anti-natalidade, ocorrida nos últimos anos, foi uma delas. A dificuldade em conciliar a maternidade/paternidade e emprego acentuou-se com uma redução no pagamento do subsídio de maternidade e na sua duração. Como alguns dos meus colegas afirmam de momento: “neste momento ser pai/mãe é como uma aventura”.
  • “Pegando no exemplo da Itália, que é o mais recente e talvez não venha a ser o último, será que o descrédito na classe política atingiu um valor tal que, qualquer um, quer seja comediante ou pedófilo, consegue chegar à frente de um país?” A classe política está desacreditada. Não há volta a dar. Numa escala de 1 a 4, a satisfação dos portugueses com a democracia é de 2. O descrédito nesta classe acusa o mal-estar da população contra os seus representantes
Para estas, e muitas outras, simples questões exigem-se respostas. Somos nós que temos de as dar, começando pela renovação dos partidos políticos e de toda a organização democrática em Portugal. O futuro a nós pertence, mas limitámo-nos nos últimos anos a esperar que políticos corruptos, sem o mínimo de repeito pelos cidadãos que representam, tratem de nos arranjar um caminho. Por mais difíceis que sejam as mudanças, certamente que serão mais fáceis que as consequências da passividade.

Dinis Lopes

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