quinta-feira, 21 de março de 2013

Nós, Europeus (Roménia)


Breve História:

Bandeira da Roménia
Em 1878, através do Tratado de Berlim, foi reconhecida a independência da Roménia, que viria a tornar-se num Reino em 1881 chefiado pelo Rei Carol I. O período entre a fundação do reino e a I Guerra Mundial foi um tempo de grande progresso no país.
Durante a 2ª Guerra dos Balcãs (1913), a Roménia lutou contra os Búlgaros (revoltados com os resultados da 1ª Guerra dos Balcãs), em apoio da Grécia, Montenegro, Sérvia e Império Otomano.
O novo Reino estava rodeado de grandes potências, como o Império Austro-Húngaro, Império Russo e Império Otomano, tendo adotado a França como o seu paradigma cultural, em parte devido à sua herança latina (manifesta na sua língua).
Embora no início da I Guerra Mundial o país tenha declarado neutralidade relativamente ao conflito, depois de se ter exercido muita pressão por parte das forças Aliadas, a Roménia viria a declarar guerra ao Império Áutro-Húngaro. Apesar da campanha militar ter sido uma grande derrota, com muitos mortos e territórios perdidos, o pós-guerra, e, em particular, a desintegração dos Impérios Austro-Húngaro e Russo permitiu à Roménia ganhar alguns outros territórios. A Roménia Maior (1918-1910) incluía os territórios do Reino da Roménia, da Transilvânia, da Bucóvina e da Bessarábia. Foi o período de paz mais duradouro que o país viveu até hoje e a sua maior extensão territorial.
Na II Guerra Mundial, a Roménia tentou igualmente manter-se neutra relativamente ao conflito, mas depois de perder territórios para a União Soviética, acabou por se juntar às Potências do Eixo, que viriam a perder a Guerra. Desde 1947 até 1989 a Roménia esteve dominada por um regime comunista e autocrático. Em 1947 o Rei foi obrigado a deixar o país e este ficou sob controlo direto da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas  (URSS) até 1950. Na sequência de negociações com o regime soviético, Nicolae Ceausescu foi presidente do país entre 1967 e 1989, período marcado por crises financeiras e económicas, retrocessos sociais que viriam dar lugar à sangrenta revolução de 1989. 
Depois de 1989, o país começou a transformar-se política, económica e socialmente, constituindo-se como uma economia livre, integrada na NATO desde 2004 e na UE desde 2007. Ainda assim, a Roménia continua a ser um país de emigrantes, resultado da abertura ao mercado comunitário e do seu atraso económico relativamente a quase todos os seus parceiros continentais (apenas a Bulgária é mais pobre).

 Política:
  • Capital: Bucareste;
  • Línguas oficiais: Romeno (com cerca de 24 milhões de falantes, sendo língua oficial da Roménia e da Moldávia, é a quinta língua latina mais falada no mundo, à frente do Catalão e do Galego);
  • Regime Político: República Unitária Semi-Presidencialista (a transição democrática iniciou-se em 1989).
Personalidades:
  • Henri Marie Coanda (1886-1972) foi um inventor e pioneiro em aerodinâmica (o principal aeroporto internacional da capital é nomeado em sua honra e o famoso "efeito coanda" em mecânica dos fluidos foi descoberto por si);
  • Nicolae Ceausescu (1918-1989) foi um líder autocrata comunista e presidente da Roménia Socialista entre 1967 e 1989;
  • Herta Muller (1953-) é uma poetisa romena que venceu o Prémio Nobel da Literatura em 2009.
  • Nadia Elena Comaneci (1961-) é uma ginasta romena que venceu 3 medalhas de ouro nas olimpíadas de 1976 e foi a primeira ginasta feminina a ser atribuída uma pontuação de 10.
Economia:
  • Divisa: Leu (prevê-se a entrada na Zona Euro a 01/01/2015);
  • As taxas de IRS e IRC cifram-se nos 16% e são únicas;
  • O salário mínimo é de 150€ e o salário médio ronda os 380€, fazendo do seu povo um dos piores pagos do continente europeu.
 Geografia/Demografia:
  • Área: 238.391 km2 (2,58 vezes da área de Portugal);
  • População: 19.043.767 habitantes (1,8 vezes a população de Portugal; 12% da população são imigrantes);
  • Países-fronteiros: Bulgária, Sérvia, Hungria, Ucrânia e Moldávia. Faz ainda fronteira com o Mar Negro;
  • Principal comunidade imigrante: húngaros (as línguas estrangeiras mais faladas são o húngaro e o alemão);
  • Bucareste é uma das maiores áreas metropolitanas da Europa (mais de 2 milhões de habitantes), sendo a segunda mais populosa da península balcânica, a seguir a Atenas;
  • O rio Danúbio (2º maior da Europa) desagua do mar negro em território romeno;
  • O gentílico da Roménia é «romeno».
Curiosidades:
Palácio do Parlamento (um dos
maiores edifícios do mundo)
  • A Roménia foi o único país do bloco de Leste com um fim violento do regime comunista, em 1989;
  • O país possui apenas 350 km de autoestradas;
  • A primeira caneta de tinta-permanente foi inventada por um Romeno (Petrache Poenaru);
  • A palavra «laranja» em romeno escreve-se «portocaliu», (provavelmente por influência árabe);
  • A Roménia é o 7º país mais populoso da UE.

A Roménia e Portugal:
  • Cerca de 10% da população imigrante em Portugal é romena (o número cresceu de cerca de 1.000 em 2004 para quase 40.000 na atualidade). Portugal é, de um modo geral, percecionado como um caso de sucesso na aplicação de fundos europeus, um país seguro e com grandes semelhanças culturais e linguísticas, o que facilita a sua integração no nosso país;
  • A Roménia possui uma embaixada em Lisboa e três consulados (Estoril, Faro e Porto);
  • O Millenium BCP possui mais de 80 balcões no país;
  • O interesse na aprendizagem da língua portuguesa na Roménia tem crescido significativamente ao longo da última década;
  • A TAP Portugal começou a fazer voos diretos entre Lisboa e Bucareste em 2012.
Na próxima semana: «Nós, Europeus (Suécia)», um dos países mais desenvolvidos do mundo.

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